Já li #50 - O Ciclo de Avalon, parte 5: A Sacerdotisa de Avalon, de Marion Zimmer Bradley


Quem acompanha o blog sabe que entrei numa empreitada de ler todos os livros que compõem o Ciclo de Avalon,  de Marion Zimmer Bradley e Diana L. Paxson. Agora, cheguei na quinta parte deste ciclo, com o livro "A Sacerdotisa de Avalon".

A grande maioria das pessoas está familiarizada com a tetralogia "As Brumas de Avalon", mas não sabe que esta série é a última parte de um ciclo composto de outros sete livros. Lendo todos os livros do ciclo em ordem cronológica, sabemos como foi a origem de Avalon e, também, as encarnações passadas de personagens conhecidas como Viviane e Morgana. Caso você queira saber, antes, dos livros anteriores do ciclo, clique nos links abaixo:


O livro, originalmente publicado em 2000, terminou de ser escrito por Diana L. Paxson após a morte de Marion Zimmer Bradley. Nele, a protagonista do enredo é Helena, primeira esposa do Imperador Romano Constâncio e mãe de Constantino, futuro Imperador de Roma.

Helena é seu nome romano, mas em Avalon ela é conhecida como Eilan.  Helena é levada para Avalon por seus pais, para que aprenda mais sobre a magia do Povo do Lago e possa manter as tradições pagãs em um mundo cada vez mais voltado para o Cristianismo. Ao chegar em Avalon, ela logo se afeiçoa a Dierna, protagonista da última parte do livro anterior, "A Senhora de Avalon"

Em seu período em Avalon, Helena sonha que conhecerá um rapaz romano, que lhe engravidará de um grande homem para a História da Humanidade e que será o Gamo Rei do Festival de Beltane. O Gamo Rei é o homem escolhido para ter relações sexuais com a Deusa, personificada por uma sacerdotisa virgem escolhida pela Senhora de Avalon. Um dia, passeando pela floresta, Helena encontra o tal rapaz e o engana, fingindo-se perdida, para guiá-lo até Avalon e, lá, dormir com ele no Festival de Beltane. Porém, no Festival, uma outra garota estava sendo preparada para ter relações sexuais com o Gamo Rei, e Helena engana a todos para poder ficar com o tal rapaz.

No dia seguinte, sua tia Ganeda, a atual Senhora de Avalon, a expulsa da ilha, junto com o rapaz romano, Constâncio. Eles logo decidem se casar e ter filhos, e Helena transforma-se em uma típica esposa romana, quase esquecida de suas raízes de sacerdotisa de Avalon.

Um dia, quando Constâncio estava em uma batalha particularmente violenta para defender os seus territórios, Helena é acometida de uma visão e antevê que seu marido irá morrer. Inundada de poder mágico, ela conjura um raio no campo de batalha, e este raio extermina o inimigo, deixando Constâncio a salvo. Todos que presenciaram o evento comentaram que tratava-se de algo poderoso e místico, e Constâncio logo percebe que trata-se de obra de sua esposa.

A estória avança no tempo e, assim, sabemos que Constâncio faleceu e Helena, agora na meia-idade, acompanha seu filho Constantino tornar-se um dos maiores Imperadores de Roma, exatamente como sua visão previu tantos anos antes. Ela também começa a descobrir formas de trazer as lições e ensinamentos de Avalon para uma sociedade cristã, sofrendo uma série de preconceitos e injustiças. Além disso, as mulheres de seu círculo social não estão acostumadas a ter voz e autoridade, e Helena desconstrói estes paradigmas com uma atuação de pulso firme junto ao governo de seu filho.

Bradley e Paxson introduziram elementos reais na estória, como os Imperadores de Roma, as batalhas e as disputas políticas. Helena, também uma personagem real, foi adaptada para as estórias de Avalon.

A cada volume do Ciclo de Avalon, Bradley e Paxson deixam claro como as religiões cristãs soterraram, pouco a pouco, os deuses e as crenças do Paganismo. Elas também pontuam como as mulheres são vistas como objetos figurativos nas sociedades cristãs, ao passo que, em Avalon, elas são a parte mais importante e poderosa da estrutura social. Assim, se antes acompanhávamos as dificuldades das protagonistas em tornarem-se Senhoras de Avalon, agora nos deparamos com o desafio de manter Avalon viva.

Como ponto negativo, acho que os enredos se repetem um pouco ao longo do Ciclo. Há uma fórmula presente em todos os volumes: uma sacerdotisa em treinamento se apaixona pelo inimigo, o inimigo se apaixona de volta por ela, e ambos lutam para ficarem juntos. Esta repetição se tornou maçante ao longo da leitura deste livro, principalmente porque a estrutura de avanços rápidos e grandes no tempo não favorece o vínculo com as demais personagens. Por isso, não foi uma leitura que me agradou, mas persisti pela vontade de terminar de ler o Ciclo.

O próximo livro, "Os Ancestrais de Avalon", será a última parte do Ciclo que postarei, pois já li "As Brumas de Avalon". 

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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