Rory Gilmore Book Challenge | Cartas a um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke


Ao longo do seriado Gilmore Girls, são mencionados 340 livros e este desafio é sobre ler todos eles. Para saber quais livros do desafio o Perplexidade e Silêncio já leu, clique aqui (alguns posts são feitos para outras sessões do blog, mas fazem parte da lista de livros da Rory).

Rainer Maria Rilke foi um escritor e poeta nascido em Praga e que morreu no início do século XX. Ele foi reconhecido por ser um dos mais líricos poetas em alemão e por trabalhar com assuntos existencialistas como solidão, desespero e ansiedade. Por isso, ele foi considerado um escritor na transição da literatura tradicional para a literatura modernista. O Modernismo acompanhou as mudanças econômicas, sociais e políticas do mundo quando este entrou na Era Industrial e, por isso, sentimentos mais obscuros e conflitantes ganharam destaque nas artes.

A obra mais conhecida de Rilke é "Cartas a um Jovem Poeta". Este livro trata-se de uma coletânea de dez cartas que Rilke escreveu para seu amigo Franz Kappus entre os anos de 1902 e 1908. Na época, Rilke tinha 19 anos e estudava para ser cadete na mesma Academia de Kappus. As cartas foram compiladas e organizadas pelo próprio Kappus três anos após a morte de Rilke por leucemia.

Kappus era um militar austríaco que também se arriscava a escrever poemas e contos e chegou, inclusive, a adaptar suas próprias estórias em roteiros cinematográficos. Grande parte do conteúdo escrito por Kappus dizia respeito às suas dúvidas sobre escolher uma carreira militar, já que seu lado mais artístico o atraía mais do que o comando do Exército. 

Rilke, por outro lado, nas correspondências, incentivava Kappus, primeiro, a melhorar sua técnica e suas métricas na poesia e, depois, passou a uma abordagem mais filosófica sobre a escrita. Rilke defendia que um escritor só se tornava ótimo no que fazia se ele buscasse a verdade das coisas e se vivesse intensamente tudo o que a vida pode proporcionar, fosse positivo ou negativo. 

"Peço-lhe que tente ter amor pelas próprias perguntas, como quartos fechados e como livros escritos em uma língua estrangeira. Não investigue agora as respostas que não lhe podem ser dadas, porque não poderia vivê-las. E é disto que se trata, de viver tudo. Viva agora as perguntas. Talvez passe, gradativamente, em um belo dia, sem perceber, a viver as respostas." (Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke)

Nesta linha de obra epistolar, ou seja, escrita a partir de epístolas (cartas), eu tinha como referência "As Vantagens de Ser Invisível", de Stephen Chbosky, e "Os Sofrimentos do Jovem Werther", de Goethe (inclusive, falei de ambas as obras aqui). Nestes dois livros, o foco estava nos sentimentos e pensamentos de um protagonista atormentado por conflitos existenciais. No entanto, em "Cartas a um Jovem Poeta", o foco está na arte e na literatura em si.

Rilke filosofa sobre a melhor maneira de criar uma arte digna de respeito e em como, para atingir a excelência, é necessário livrar-se das críticas e das opiniões alheias. Por isso, acredito que este livro agradará a quem crie ou produza algum tipo de arte, mas para um leitor que não se envolva diretamente nestas atividades o texto pode soar monótono e cansativo. A leitura vale pelos insights de Rilke, muito bem construídos e escritos com uma elegância ímpar.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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