Escritores que Inspiram | Ursula K. Le Guin

Conheci Ursula K. Le Guin há pouco tempo, através do livro "A Mão Esquerda da Escuridão". Neste período, ela redefiniu completamente meus parâmetros de escrita, li mais três livros dela, estou terminando o quarto e digo: sou fã de carteirinha e quero que o mundo inteiro saiba mais sobre ela.

Além de uma escritora de fantasia e de ficção científica premiada (como falei neste artigo para a revista digital Homo Literatus), ela tem uma alma revolucionária, que defende desde sempre - muito antes de o feminismo virar "moda" - o papel das mulheres no mundo e na Literatura.
Basta uma rápida pesquisa no YouTube e se encontram diversos discursos inspiradores dela, que deixam os discursos feitos pela Emma Watson para o projeto #HeForShe no chinelo. Que fique claro: admiro imensamente os posicionamentos da Watson. Mas tia Ursula, ah!, ela é vanguarda, pioneira e rainha absoluta.
O universo da literatura de ficção-cientifica sempre foi dominado pelos homens, e Ursula surgiu lá na década de 60, escrevendo sobre terras que não existem, distopias, espécies inventadas e narrações intrincadas cheias de imaginação. 
Além disso, ela tem opiniões fortes sobre a fama e o mercado editorial e, não à toa, não tornou-se famosa como seus contemporâneos. E, claro, ela não se importa com nada disso.

Ela disponibiliza seus livros para download gratuito online e não se importa em não receber dinheiro com isso. Ela tem uma visão tão futurista sobre a Literatura que a torna um emblema do que os escritores deveriam perseguir.
Atualmente com 86 anos, ela permanece ativa, não somente escrevendo livros como também sendo ativista dos direitos das mulheres e dos escritores. Ela é tão fiel aos seus princípios que arrumou encrenca até com a Google.

Em suas estórias fantásticas, ela mescla Sociologia, Antropologia, Psicologia e Anarquismo. Tem como referência J. R. R. Tolkien e suas sagas completas e detalhadas, e, assim como ele, Ursula cria linguagens, nomenclaturas, mapas, guias e todo o universo de suas estórias.

Ursula K. Le Guin me fez voltar a acreditar que é possível ser uma escritora sem cair nos modismos de hoje em dia, mantendo a profundidade, a identidade e a originalidade. E se um dia compararem meu trabalho ao dela, serei a pessoa mais feliz deste mundo.

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